
Mas, e se o mundo acinzentasse? Se o fastio das coisas aumentasse de acordo com seu uso? Haveria motivos para fotografar? Uns, mais recalcitrantes, diriam que não. “Fotografar mais do mesmo?” ou “De que adianta buscar a sombra, medida concreta da matéria?”, o mundo sensível todo cinza. Sem sentido buscar a imagem já refletida noutras imagens, todas iguais, sem cores, gostos, sons... só profundidades e sombras.

Perceber e demonstrar que a matéria apesar de existir cinza, ela não deve ser cinza, tornando uma criação própria, objetivamente sensível, renomeando e dando sentido a quase tudo.
A novidade da fotografia está para o amor quase nas mesmas dimensões. Basta mudar o ângulo, luz, formas... basta captar o sorriso, uma ruga ou gesto e o amor, sim, ele, é logo percebido por aqueles que não aceitam viver sob o jugo do cinza.
Um clique e toda matéria é novidade. Como o amor.

Referências.
1 – Elaine Brandão.
Texto Gerd Baggenstoss
Fotos: Edson Martins, veja mais fotos.